sábado, 29 de janeiro de 2011

RIBEIRO, Lucinda Vieira


Pianista e professora de música, natural de que faleceu, após prolongado sofrimento, em Lisboa, nos finais de Setembro de 1954.
Era casada com Horácio Ribeiro, cidadão honesto e trabalhador que sentiu profundamente a sua morte. Era irmã do conhecido Coronel Santos Vieira e sobrinha do Dr. Urbano José dos Santos, prestigiado e muito competente professor do ensino técnico, e de Luís Urbano, reputado comerciante em Portimão.
Lucinda Ribeiro possuía inatas aptidões artísticas, pelo que a família a mandou estudar para a capital, matriculando-se no Conservatório de Lisboa onde realizou o curso de música e se distinguiu como brilhante aluna de piano, recebendo o respectivo diplomada que a habilitava para o ensino.
Voltou a Portimão onde deu aulas de música no Liceu local e manteve durante largos anos um colégio particular de piano, que foi muito bem frequentado e com resultados muito positivos para o desenvolvimento da música no barlavento algarvio.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PONTES, Mariana da Conceição Rodrigues Martins


Senhora distinta e da melhor sociedade algarvia, natural de Albufeira, residente numa belíssima quinta agrícola em Paderne, onde faleceu a 6-5-1954, com 75 anos de idade. Era esposa do conceituado José Martins Pontes, rico proprietário agrícola e cacique local, que gozava de grande prestígio social, económico e até político.
As qualidades humanas de D. Mariana Pontes eram objecto da maior admiração, sobretudo pelo desvelo com que tratava os mais desprotegidos pela sorte, tendo sempre para os indigentes uma esmola, um agasalho, um pão e até um abrigo. Pela estima e consideração de que usufruía entre os seus conterrâneos, tanto na freguesia de Paderne como na vila de Albufeira, não admira que por largos anos fosse a alma-mater e principal dirigente da Acção Católica e até de outras organizações de piedade e de assistência social. As suas inúmeras acções de benemerência e protecção á pobreza valeram-lhe o amor de todo um povo, que lhe chamava a “mãe dos pobres”.
Era mãe de Laura Martins Pontes de Sousa Dias, do Dr. Salvador Rodrigues Martins Pontes, que foi notário em Grandola, e de José Martins Pontes Júnior, regente agrícola e conhecido proprietário em Loulé.
Ao seu funeral compareceu quase na íntegra o povo de Paderne, principal visado nas suas acções de filantropia e benemerência.

domingo, 23 de janeiro de 2011

ORTIGÃO, Teresa Magallanes de Aranda Ramalho


Distintíssima senhora da melhor sociedade farense, nascida em Sevilha, na vizinha Andaluzia, e falecida em Faro a 15-9-1954, com 77 anos de idade.
Descendia das mais ilustres famílias de Espanha, e pela linha varonil corriam-lhe ainda nas veias o sangue de Fernão de Magalhães, o famoso navegador da viagem de circum-navegação da terra.
Veio para Faro em resultado do seu casamento com o não menos nobre e ilustre algarvio, o almirante António de Macedo Ramalho Ortigão, que amou profundamente e de quem teve insigne descendência. Além de esposa dedicada e de mãe virtuosa, foi também uma cidadã de notáveis qualidades de benemerência e filantropia, zelosa da protecção dos pobres, das crianças órfãs e das famílias sem sustento nem conforto. Por outro lado era uma mulher muito inteligente, culta e educada, que sempre marcou ao lado do marido a altiva presença da sua nobreza andaluza. Difícil era em qualquer acto público ou cerimónia privada, deixar de notar na sua beleza, no seu porte e na sua elegância de gesto e de movimento. Sem exagerar na riqueza dos vestidos, no exotismo dos perfumes, nos adereços ou nas jóias, com que geralmente se apresentava em público, o certo é que D. Teresa Ortigão cativava logo a atenção dos presentes, concitando no marido um redobrado brilho e até alguma inveja...
Acima de tudo ficou conhecida na sociedade farense do seu tempo como uma bondosíssima senhora, inspirada nos mais puros sentimentos cristãos e numa irrepreensível conduta religiosa, presidindo com grande dedicação e até sacrifício dos seus bens à obra de Protecção às Raparigas, instituição que largamente beneficiou da sua protecção e esmola. Gratos pelos serviços prestados os restantes membros directivos, pouco antes do seu falecimento, inauguraram-lhe o retrato, numa singela homenagem de gratidão.
Era mãe de D. Teresa Antónia Ramalho Ortigão Cosp e de D. Maria da Conceição Ramalho Ortigão de Mello Sampayo; era sogra do proprietário e industrial espanhol António Cosp y Corominas, e do Tenente-Coronel Manuel Vilhena de Mello Sampaio, que foi comandante do Regimento de Infantaria 4 aquartela do em Faro. Era avó de D. Maria da Conceição, D. Isabel Maria, D. Teresa Maria e Maria Antónia de Ortigão de Mello Sampayo, e dos srs. Manuel, Francisco, João Manuel, Ventura José e Luís Frederico, usando todos os nobre apelidos Ortigão de Mello Sampayo.
Morreu, segundo creio, vítima de doença cancerosa que lhe minou o corpo de forma paulatina e irreversível, roubando a tão ilustre e bondosa senhora a dignidade própria da sua nobreza. O funeral foi uma sentida homenagem do povo farense àquela que foi uma das mais ilustres e mais dignas protectoras das crianças desvalidas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FORMOSINHO, Maria José Barata


Benemérita local e senhora da melhor sociedade algarvia, descendente de algumas das mais ilustres e fidalgas famílias de Abrantes. Residiu a maior parte da sua vida em Lagos, onde viria a falecer a 21-5-1954, com 64 anos de idade. Era a esposa amantíssimo do Dr. José dos Santos Pimenta Formosinho, prestigiado intelectual e publicista lacobrigente, fundador e director do Museu Municipal de Lagos, que hoje muito justamente ostenta o seu nome.
Muito considerada e admirada entre os seus conterrâneos D. Maria José Formosinho pertencia a várias organizações de piedade e de assistência social, dedicando o melhor do seu esforço aos mais desfavorecidos, sobretudo às crianças que cuidava com o maior desvelo.
A prática do bem e a protecção dos indigentes constituiu a razão do seu viver, ainda que todos soubessem que não gozava da saúde necessária às constantes e cansativas solicitações de benemerência e filantropia.
A sua morte causou a maior consternação entre as gentes do barlavento algarvio.

sábado, 15 de janeiro de 2011

ESPERANÇA, Adelaide Assis


Caridosa senhora, dotada de grande vivacidade de espírito, brilhante inteligência e excepcionais qualidades humanas, que sofreu entrevada no leito uma prolongada e degradante doença, que a vitimaria a 29-11-1954, com 52 anos de idade. Era esposa do famoso escritor algarvio Júlio Assis Esperança, conceituado inspector da casa «Singer».
Era mãe de D. Maria Fernanda da Silva Assis Esperança Costa e sogra de Henrique Costa. Por outro lado, era cunhada do ilustre publicista António Assis Esperança e do industrial Dário Pedro Assis Esperança.